Não tens cor. Mas eu sou todas as cores que me dás. Não tens
sabor- Mas és o amargo que me fica na boca, como uma ressaca depois de um
vómito, podre.
Tens a força de um colete, que me prende os braços e me
prende a vida. Mas eu continuo aqui. Respiro.
És a pouca luz onde me deixas, sozinha.
Não tens voz, os teus gritos são ensurdecedores para os meus
ouvidos. Não estás aqui, mas estás sempre.
Esqueço-te como posso, como consigo. Trato-te como posso,
como devo.
Respiro.
Tu vais.
Mas voltas, tens voltado sempre. Como se fossemos amigas.
Como se eu tivesse que tolerar uma relação abusiva.
És um garrote do corpo e da alma.
Deixa-me, mesmo com pouca luz.
Fecha a porta quando saíres.
E não voltes, depressão.
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